segunda-feira, 27 de novembro de 2017

10 dicas para seguir uma música de referencia

Olá Palconauta!
Só quem mexe com música sabe o quanto é difícil fazer uma e só quem mexe com gravação sabe o "parto" que é fazer uma boa mixagem.
Quem trabalha com isso todo dia geralmente já sabe por onde começar, mas e quem nunca trabalhou ou está aprendendo por onde ir? É por isso que temos uma coisa chamada referencia para nos ajudar que nada mais é a sua música "favorita" que você escuta direto ou aquelas suas músicas preferidas. Analisar a fundo a mesmas (quanto instrumento tem, quais os efeitos que usa, qual o gráfico do seu campo estéreo) pode te ajudar a resolver esse "quebra cabeça" (como diria o guitarrista do Queen, Brian May) e isso é uma coisa pouco falada ou até ignorada na internet pois muitos das excelentes mixagem que você houve por aí devem-se ao fato que o engenheiro de som usou uma(s) referencia(s) para obter a sonoridade única.
Estão pronto? Então bom estudo!

Qual seu estilo?
O primeiro fato de você ter uma referencia é saber qual o seu estilo pois você irá copiar dele desde os arranjos, a intenção melódica e até o conjunto de instrumentação.
Então é mais fácil primeiramente você se basear em algo que gosta pra depois começar a exprimentar outros tipo de referencias.

Menos é mais!
Existe uma regra de mixagem:
Quanto mais grave, mais alto o som fica. Quanto mais agudo, mais distante o som fica.
Isso quer dizer que se você colocar uma música bem alta e se afastar, verá que os graves se mantém e os agudos vão sumindo e por esse motivo que muitas vezes
quando passa um "carro na sua frente" com "falantes exagerados" e alto a primeira coisa que você irá ouvir será os graves e claro a medida que o carro se afasta
também será a última.
Quanto mais instrumentos na sua mixagem mais o som tem tedência a de ficar mais baixo na mixagem e é esse é dos motivos que hoje em dia as mixagem se tornaram tão graves.
Geralmente se grava até 16 canais dependendo a música e ainda muita coisa irá ser cortada ou "amontoada" num canal só (overdub) para que a música possa respirar.
Por isso se sua inteção é "soar alto" diminui o números de instrumentos e se você não se importa com isso, cuide mais dos agudos para que na soma final de todos instrumentos
não fique irritando o ouvindo de quem ouve.

Na dúvida, comece tudo centralizado 
Você não sabe em que pan começar, então deixe tudo centralizado mesmo que tenha "pistas em mono" na mixagem. Com tudo no centro e ajustando os volumes e os plugins você pode decidir para onde deve colocar os canais, se mais para esquerda ou mais para direita ou deixar no centro mesmo!

Crie seu método de mixagem
A internet fala muita coisa que só funciona para quem faz o vídeo ou escreve a postagem!
Em mixagem tudo depende de uma série de fatores: músicos, instrumentos, equipamentos, ambiente, qualidade DAW, etc. Por isso sempre estude mas tente com tempo fazer seu próprio método pois só você conhece o seu equipamento e o que ele é capaz de fazer ou não.


1.A referência é sue professor
Você não pode conseguir o mesmo "som" de um CD Comercial gravando em casa, mas pode se aproximar do mesmo.
Uma boa mixagem pode lhe dar muitas idéias de como tudo pode se comportar. Aqui nesse estágio você pode tentar "aumentar ou cortar" sua frequências pois você está tentando
procurar algo que se próximo a música que vocês está ouvindo. Contudo não se prenda apenas a tendência de aumentar volume ou frequências, você por exemplo pode usar um compressor multibanda para fazer isso e ouvir se seu problema é uma frequência ou falta de "compressão" na mesma.

2.Não tenha preconceitos!
Quanto mais material mais idéias! Por isso ouça de tudo até do que não gosta. Veja por exemplo minha lista de referencias para você ver a "salada de frutas" que é:

Money for Nothing (Dire Straits, 1985)
Welcome to the Jungle (Guns N´Roses, 1988)
The Entersadman (Metallica, 1991)
Jump (Van Halen, 1984)
Blue (Eiffel 65, 1999)
Thats Make you sweat (C&C Funk Factory, 1990)
Vontade de Amar (Rafael KH, 2006)
Vou deixar (Skank, 2003)
Sufin with the Alien (Satriani, 1987)
Tem que ser você (Victor & Leo, 2007)
Rádio Pirata (RPM, 1986)
Minha Alma (O Rappa, 1998)
Cadeia Já! (DJ BBoX, 2007)
Habits (Tove Lo, 2014)
Na sua cara (Anitta, 2017)

Isso sem contar que ouço muitas coisas sem parar para sempre me atualizar nas minha idéias de mixagem.

3.Ouça mixagem de épocas diferentes
Escutando várias músicas de outros anos e epócas você vai perceber como as coisas mudaram no sistema de gravação:

Nos anos 60 tudo era na base do reveb para criar headroom (tudo no mesmo ambiente).
Nos anos 70 surgiu a idéia de "multiplicar" os canais (Queen fez isso no clássico "A Night at the Opera" de 1975).
Nos anso 80 foi a vez do uso dos efeitos especiais (como harmonizer, pitch shifter, vocoder), guitarra velozes e a era de ouro dos "sintetizadores".
Nos anos 90 foi a vez de "exagerar" na compressão e deixar tudo mais cru.
A partir de 2000 o uso continuo do autotune e outroas sistemas de correção de afinação.

E hoje dia a multiplicação de vozes com cantores diferentes, compressão pesada e com Sidechain na instrumentação. Não é preciso você ser fãs dessas músicas, basta escutar algumas para você ver como tudo soa mais alto e com mais compressão que outra coisa.

4.Cuidado MP3 e outros formatos
Elas são muito compressadas e tem menos qualidadea de um CD, DVD ou LP.
Isso porque eles "distorcem" ao serem comprimidos. Pense num "747 Jumbo" (o avião) que de 74 metros, é comprimido para 30 metros! Ele irá ficar todo achatado!
A mesma coisa acontece com o formato MP3 e MP4. Você ainda pode usar como referência, mas não é bom tentar copiar igual.

5.Trabalhe com sua realidade!
Aprenda a usar os monitores de referencia que tem!
Não adianta tentar mixar uma música que onde foi usada um retorno Yamaha HS8 se você está usando um "aparelho de som 3 em 16" para mixar!
A mixagem não irá soar como um todo! Neste caso o melhor ainda é usar "várias fontes" ou seja fazer uma mixagem no seu aparelho e depois testar em outros falantes.
Contudo, não demore muito para tentar adquirir um monitor de referencia de áudio de qualidade, pois isso pode prejudicar sua mixagens no futuro.

6.Escute primeiro a referencia
Ela vai "limpar" usa mente, ande de um lado pro outro da sala com ela tocando e sinta o que ela transmite. Seja um pouco técnico, veja onde os agudos acabam e começa os graves (ao andar pela sala) e tente entender o que ela passa.
Um bom treino aqui é "advinhar" quantas pistas a mesma tem e quantos instrumentos foram gravados na música, incluindo os arranjos.
Procure também mexer no botão "Pan" para da esquerda para direita e ouça o que há mais de "presença" nestes lados.

7.Não se leve pelas impressões da referencia!
Dê uma pausa, mude o volume, ande novamente e pense sobre ela.
Não tente copia-lá! Apenas se oriente por ela!

8.Cuidado com o volume da referencia!
A referencia sempre terá médios e harmônicos melhores que o seu, por uma questão de gravação.
É aquela velha história que uma música gravada num estúdio de R$1000 nunca soará como uma onde foi gravada num estúdio de R$100.000!
Por isso não tente aumentar o volume (com o compressor ou com equalizador) para chegar na referencia, apenas tente fazer com suas pistas soem parecidas com a mesma
mesmo num volume baixo.
Se você conseguir na hora de fazer um master provavelmente irá conseguir algo parecido com o volume final da referencia.

9.Compare sua gravação com a referencia
Coloque a(s) mesma(s) numa pista da DAW a referencia, abra um "buss/aux" (canal auxiliar) e toque com a sua música. Veja se sua música está mais longe dela ou mais perto dela.

10.Tenha sua biblioteca de referência
Selecione diversos materiais, dos mais limpos ao mais didinâmicos e aplique na sua mixagem em diferentes maneiras.
Um arquivo para cada mixagem ainda é o ideal, ou seja faça uma mixagem, salve e vá para próxima.

Ótimas Gravações!
Postado por:
Rafael "O KH" Dantas
Autor do blog de gravação musical Palco KH, do blog de "histórias" Adult Stories e Jovem & Adolescente nos anos 90!
Músico e Técnico em T.I
OMB:13850
Contato:
rafael.kh@gmail.com

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